03 dezembro 2007

IDH: o espelho de um mundo desigual...

Foi publicado na passada terça-feira o relatório 2007/2008 das Nações Unidas referente ao desenvolvimento humano.
Nesse sentido, ganha particular relevo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um indicador composto que alia a medição da longevidade, conhecimento e nível de vida das populações e, naturalmente, espelha um pouco dos desafios mais emergentes dos estados e da própria ONU, no que concerne aos direitos humanos.
O IDH tem como base para a avaliação da longevidade a esperança de vida à nascença; faz uso da taxa de alfabetização de adultos (peso de 2/3) e da taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário, secundário e superior (peso de 1/3) para a apreciação do conhecimento; e toma o PIB per capita (corrigido em dólares PPC) como instrumento de análise do poder de compra. Este índice pode tomar valores entre 0 e 1, mínimo e máximo respectivamente.
Consideram-se com reduzido desenvolvimento humano os países com valores inferiores a 0,5 de IDH; médio deselvolvimento aqueles cujo índice esteja compreendido entre 0,5 (inclusive) e 0,8 (exclusive); e para valores iguais ou superiores a 0,8, o país considera-se de elevado desenvolvimento humano.
Este ano, a Islândia aparece no primeiro lugar do ranking, que tinha anteriormente a Noruega como líder (actualmente em segundo).
Portugal encontra-se na 29.ª posição, atrás do Chipre e seguido pelo Brunei.
Grave é a situação dos países da África Subsariana, cuja esperança de vida média não atinge os 50 anos, o que denota carências alimentares, médico-hospitalares e de higiene gritantes e, cujo PIB per capita médio se revela insuficiente face a tantas necessidades, não atingindo sequer os 2000 dólares PPC.
Embora este índice seja um bom ponto de partida para uma análise mais detalhada - porventura complementada com a observação de outros indicadores do mesmo relatório -, pode ter um efeito enganador ao descurar as disparidades do espectro social.
O PIB per capita, por exemplo, não considera a forma como a riqueza se reparte pelos cidadãos, inviabilizando-nos, assim, de aferir da justiça da repartição do próprio produto e do destino que lhe é dado.
Numa análise de cariz interno, o IDH revela-se impotente e ineficaz. Todavia, num contexto global, dá que pensar até ao mais indiferente...
Para consulta de todo o relatório:

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